ISBN: 978-65-86495-02-7
Título | CINEMA OLYMPIA: UMA ETNOGRAFIA DOS DISCURSOS EM REDES SOCIAIS |
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Autor | Maryane de Lima Brito |
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Resumo Expandido | O Cinema Olympia é a sala de cinema mais antiga em funcionamento no país. Sediado na capital paraense, o Cinema Olympia foi edificado em 1911 e inaugurado em 24 de abril de 1912 pelos empresários Carlos Teixeira e Antônio Martins. A sala, localizada na área central de Belém, marcou era. Em fevereiro de 2006, diante de constantes prejuízos, foi temporariamente fechada. Devido a protestos, abriu novamente como espaço cultural de Belém e ainda hoje é repleto de significados, representações e singularidades (Damasceno, 2007). Nesta apresentação, pretendo observar a relação das pessoas com o Cinema Olympia, a partir dos discursos apresentados por elas nas redes sociais. Para obter o conhecimento das subjetividades dos discursos encontrados no Instagram e Facebook, proponho um diálogo entre o estudo de caso e a etnografia virtual, para investigar, através da análise de comentários e curtidas, a relação que se estabelece entre os internautas e o Cine Olympia. Para o presente trabalho, adotamos como recorte o ano de 2021. Para se ter uma ideia, apenas no mês de janeiro de 2021 contabilizamos 24 postagens no Instagram, com o total de 3.300 curtidas, o que dá em média 137,5 curtidas em cada publicação. Nas postagens foram feitos 132 comentários, que dá em média o número de 5,5 comentários por publicação. Essa espécie de etnografia dos discursos em redes sociais sobre o Cinema Olympia será levada adiante com a ajuda de autores, como: Talitha Ferraz, Pedro Veriano, Maurice Halbwachs, Renato Ortiz, Vânia Maria Torres Costa, entre outros que nos ajudam a embasar este trabalho. De acordo com Vânia Costa (2007, p.133), “a visão perpetuada na história é apenas uma versão. São vestígios, nem sempre visíveis, mas inconscientemente conservados e reproduzidos. São associações culturais escritas socialmente, reflexo do imaginário do desconhecido”, o que vem fortalecer ainda a ideia desta investigação, porque o trabalho aqui proposto irá estudar os dias atuais, que amanhã farão parte da história, e essa história é repleta de subjetividade, pois cada acontecimento tem sua singularidade, sua versão. Ao observar relatos, situações e memórias de tempos passados ocorridos no Olympia, estamos entrando em contato com o conceito de “memória” de Halbwachs. Para o autor, a memória é reconstruída com base em aspectos: que ela não é uma repetição de situações que ocorrem no mundo contemporâneo, e que ela, envolta em variadas relações sociais, pode ser localizada em um determinado tempo e espaço. (apud, Silva, 2013, p.2). Seguindo com os conceitos teóricos e a relevância de estudar o tema em questão, Talitha Ferraz (2017), nos traz uma reflexão de que, embora a sala de cinema de rua tenha atraído para si uma imagem genérica associada a cenários midiáticos do passado, é possível perceber um recente crescimento de sua valorização em meio a dinâmicas socioculturais, nesse meio. A autora destaca ainda, que há a preservação histórico-cultural desses espaços, mas também uma adequação das atividades e gestões a situações atuais. Tendo como base os autores já citados, busco compreender quais são e de que modo os discursos apresentados pelas pessoas sobre o Cinema Olympia são abordados nas redes sociais. Entre as perguntas que me acompanham estão: o que as pessoas reagem ou comentam? Em suas falas há a presença de quais sentimentos e pensamentos? Estaria a memória e a história do Olympia correndo risco de esquecimento? Porque apesar dele não ter mais um cunho comercial, o Cinema Olympia claramente é rico em outras vertentes, a exemplo: histórico, cultural, patrimonial, comunicacional e cinematográfico. |
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Bibliografia | ANDRADE, F.H.P. De São Braz ao Jardim Público – 1887 – 1931: Um Ramal da Estrada de Ferro de Bragança em Belém do Pará. Tese (Doutorado em História Social). Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP. São Paulo. f. 320. 2010. |