ISBN: 978-65-86495-02-7
Título | Fundo de quintal S/A: estratégias do audiovisual no RN, na PB e em PE |
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Autor | Janaine Sibelle Freires Aires |
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Resumo Expandido | O barateamento tecnológico favoreceu o crescimento de alternativas para o campo do audiovisual tanto do ponto de vista da produção quanto da circulação. O surgimento de arranjos produtivos centrados na coletividade e em estratégias mais horizontais de realização audiovisual recebeu a alcunha de Cinema de Garagem, compreendido como um termo provisório e perecível que aponta para a tendência de renovação dos modos de ser e fazer cinema no Brasil (IKEDA, 2018). A regionalização da produção audiovisual no país é particularmente caracterizada por este tipo de arranjo em que a precarização se torna ponto chave (NOGUEIRA, 2014), (COELHO, 2019), (CANUTO, 2019) e os impactos da concentração no eixo Rio de Janeiro e São Paulo são tão evidentes. As marcas deste processo são determinantes nos contornos do audiovisual como produto, mas são centrais também para se compreender a mensagem do cinema produzido no país. Nosso artigo busca analisar, a partir do escopo teórico da Economia Política da Comunicação, a espacialização, a estruturação e a mercantilização (MOSCO, 2009) do mercado audiovisual de três estados do nordeste do país, a saber: Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco. Este cenário nos permitirá identificar o nível de estruturação para o autoemprego, bem como apresentar um panorama da espacialização e de especialização do setor. Embora não se trate de uma exclusividade destes estados, é possível identificar através de nossa amostra significativo volume de empresas localizadas em endereços residenciais, aspecto que nos leva a refletir sobre a necessidade de romper com certa dicotomia entre as fronteiras do que se denomina como um cinema industrial, “profissional” e de “exportação”, e o denominado cinema de fundo de quintal, “amador” e “artesanal”. Nosso objetivo é investigar as dinâmicas do setor considerando os impactos da concentração nestes mercados. Para isso, nossa amostra parte das empresas registradas no Sistema Ancine Digital até dezembro de 2019 que tem sede nos estados estudados. Inicialmente, desenvolvemos um panorama geral considerando a natureza do tipo de sociedade, fundação, tamanho, capital social e especialidade em uma amostra formada por 88 empresas audiovisuais norte-riograndenses, 93 paraibanas e 265 pernambucanas. Na sequência nos dedicamos a analisar apenas as empresas voltadas para a produção cinematográfica, com produção de longas-metragens nos últimos 5 anos, com o intuito de identificar o seu perfil e o alcance de suas produções. |
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Bibliografia | CANUTO, K. J. O audiovisual paraibano: uma proposta de cartografia espacial, social e midiática. [s.l.] Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2019. |