ISBN: 978-65-86495-02-7
Título | Web documentários: formas audiovisuais adaptadas à pandemia |
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Autor | Guilherme de Souza Castro |
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Resumo Expandido | A apresentação é sobre mudanças nas formas de produção audiovisual a partir da virtualização das comunicações dada pelas novas possiblidades tecnológicas e exigidas pelo distanciamento social na pandemia. O texto descreve duas produções realizadas que estou chamando de web documentários, pois são documentários produzidos totalmente através da internet e em remoto, tanto da equipe entre si como em relação aos protagonistas das narrativas. As séries são Travessia: a COVID 19 e os movimentos sociais populares, formada por 8 vídeos de 7 a 10 minutos de duração cada, realizada em 2020, finalizada e apresentada em setembro, e Direitos Humanos e Saúde no Brasil em 2020, formada por 5 vídeos de 8 a 10 minutos de duração cada, realizada em 2021 e em finalização no mês de maio desse ano. A série sobre os movimentos sociais na COVID articula entrevistas com 23 dirigentes de organizações e 5 educadores populares com produções audiovisuais já veiculadas e pesquisadas a partir do trabalho das organizações, resultando em uma montagem que de certo modo exemplifica os próprios modos de organização e comunicação do mundo virtual que estão sendo descritos nos documentários. Pois, assim como as organizações se adaptaram às circunstâncias restritivas da COVID, a produção dos documentários (sobre esse assunto) fez o mesmo. A série Travessia pode ser assistida em https://estudocovid.ceap-rs.org.br/materiais/serie-travessia-episodio-01/. Em finalização, os web documentários de Direitos Humanos e Saúde têm algumas diferenças com os primeiros. Na produção de 2021, além da articulação de 16 entrevistas com representantes de organizações sociais e 3 aulas sobre temas de fundo para a leitura dos problemas abordados, ilustrados também com audiovisuais pesquisados, foram produzidas e gravados, tudo pela internet, registros documentais da vida cotidiana de personagens, montados na narrativa para dar materialidade às questões sociais e humanas abordadas. Ambas as séries são parte de pesquisas do Centro de Educação e Assessoramento Popular, de Passo Fundo/RS, e realizadas por mim, autor do artigo. As transformações nos modos culturais de existir já vem sendo muito percebidas pois cada vez mais o trânsito de informações passa para o meio virtual e essas experiências foram incorporadas à vida no mundo cujas modulações de espaço e tempo, por isso, já mudaram. No ambiente de intensa multiplicação da produção e consumo de imagens, pois há câmeras em todos os lugares e cinegrafistas e espectadores em cada ser humano portando um celular, a pandemia COVID 19 intensifica as mudanças nas formas de produção e comunicação, sendo o audiovisual, entendido de forma muito ampliada, uma preferência nesse tsunami. Os documentários informam que nunca as organizações populares trabalharam e conversaram tanto com as suas bases como em 2020, em função da pandemia, utilizando a Internet, porque necessitavam promover ações para combater a fome que atingiu grande parte da população, e para a resistência democrática frente à iminente tomada do poder pelo fascismo. As possiblidades de reuniões virtuais multiplicaram as atividades e construções coletivas. Mesmo com dificuldades, nos documentários estão ativistas socais de lugares distantes, de difícil acesso, cuja participação presencial é muito mais rara e onerosa. Os web documentários realizados são descritos em suas etapas e métodos de produção, entendidos como formas adaptadas ao tempo de pandemia e virtualização das relações, que potencializam novos usos dos meios nas construções de narravas audiovisuais. Os trabalhos em questão se fundam em pesquisas e utilizações de materiais já midiáticos, decupagem, roteiro e edição que constroem textos ordenando fragmentos de entrevistas, sempre em sentidos abertos. O ambiente é de disputas, dores e incertezas até então desconhecidos, mas as formas de organização social e de produção de narrativas parece que dará conta dos desafios presentes. |
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Bibliografia | AUGE, Marc. Não-lugares: introdução a uma antropologia da supermodernidade. Campinas, SP: Papirus, 1994. |