ISBN: 978-65-86495-02-7
Título | O cinema no ensino de artes remoto na Educação Básica |
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Autor | Luciano Dantas Bugarin |
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Resumo Expandido | A disciplina de artes talvez tenha sido uma das mais afetadas na adaptação forçada e não prevista ao ensino remoto, em decorrência do fechamento das escolas pela pandemia da COVID-19. Por sua natureza estar ligada de forma bastante relevante a interação direta dos alunos à imagem e a farta utilização de materiais, o ensino à distância de artes está sendo bastante afetado pela falta de recursos que grande parte das famílias de alunos do ensino público passam. Este fato, ainda é exacerbado pelas condições decorrentes da pandemia. É interessante notar que embora grande parte das escolas públicas não contem com uma variedade muito ampla de materiais, inclusive para o ensino de artes, as adversidades enfrentadas por professores de artes intensificaram-se durante a pandemia. Diante da falta de material artístico e prática de uso com ferramentas remotas de ensino, o ensino de artes se torna mais difícil, porém extremamente necessário (ZAMPERETTI, 2021). Embora o uso da tecnologia educacional tenha sua importância reconhecida por escolas e instituições de ensino, normalmente ela valoriza mais equipamentos considerados mais tradicionais como computadores desktop e notebooks, deixando aparelhos de celular como o smartphone de fora. Geralmente se proíbe o uso, quando não o banimento de sua presença no espaço escolar, sem levar em conta as múltiplas possibilidades de ensino que ele oferece, especialmente por ser um meio mais acessível e popular de conexão ao ensino remoto (BUGARIN et al, 2020). Nota-se que o cinema e audiovisual é uma linguagem de artes visuais que apresenta um amplo leque de possibilidades artísticas em sua realização e que acaba sendo pouco utilizada nos conteúdos práticos de aulas de artes (BUGARIN; MARTINS, 2021). Com a realidade do ensino remoto, a falta de recursos por parte dos alunos e o aumento considerável de smartphones como plataforma de ensino, a linguagem audiovisual acaba sendo uma das mais adequadas e efetivas práticas artísticas para se desenvolver com os alunos de forma remota. Todo smartphone tem o potencial de se tornar uma câmera cinematográfica e um editor de vídeo, sendo assim uma forma mais acessível para que os alunos realizem práticas cinematográficas (BARBOSA, 2018). Aponta-se também que a realização audiovisual “possui o potencial de incitar diálogos com novas formas de expressão em diversas disciplinas. Ele reflete o hibridismo da democratização dos meios de comunicação, da tecnologia que promovem maior difusão de práticas culturais” (BUGARIN, 2020, p. 1506). Aponta-se então que a linguagem audiovisual apresenta-se como fundamental na busca por processos educativos que possibilitem formas de reflexão a partir de sua própria prática em um contexto de pandemia, onde o aluno precisa se apropriar de circunstâncias e locais não formais de ensino (ALENCAR, 2020). A realização de vídeos curtos já era algo que muitos jovens alunos tinham interesse, vide plataformas em ascensão como YouTube, Instagram e Tik Tok. Ou seja, modos de realizações audiovisuais que não eram assimilados ou reconhecidos pela escola, agora podem ser apropriados pelos alunos em práticas de ensino reflexivas a partir de suas percepções em meio ao momento pandêmico que vivemos. Se a adesão ao ensino remoto de forma urgente tem se mostrado desafiadora, o cinema e o audiovisual se mostram como uma forma engenhosa de reinvenção de práticas de ensino e apontam a necessidade de se investir mais em uma pedagogia do cinema na escola. Vivemos um tempo que demanda o desenvolvimento de ações que estimulem a vivência do aluno como parte de seu aprendizado. |
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Bibliografia | ALENCAR, N. Projetos audiovisuais educativos da CineOP destacam a produção audiovisual em ambiente escolar. Prodview, São Paulo, 10 de set. 2020. Disponível em: . Acesso em 04 de abr. 2021. |