ISBN: 978-65-86495-02-7
Título | Matar os pais: por uma arquivologia emancipatória |
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Autor | Beatriz Rodovalho |
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Resumo Expandido | A partir de arquivos de filmes domésticos divergentes, que perturbam as normas patriarcais, heterossexuais, burguesas e etnocêntricas inscritas nos filmes de família aos quais se dedicam majoritariamente a arqueologia, a arquivologia e a historiografia do cinema amador, esta comunicação propõe questionar a “lei” do Arquivo e o gesto de arquivagem. Jacques Derrida, examinando as origens do conceito de arquivo, refere-se aos arcontes das cidades gregas: magistrados superiores, eles representavam a autoridade e a lei, e suas moradas eram lugares de poder. Para o arquivo, aliás, essa domiciliação, como escreve Derrida, “marca a passagem institucional do privado ao público”. Nessa “topo-nomologia” do arquivo, essa função árquica, é, como bem sublinha Derrida, patriárquica. Nesse sentido, no caso do arquivo do filme de família, a lei do Arquivo é patriarcal mas também paterna, considerando seu lugar (a casa, e o lar) e sua ordem, seu suporte e sua autoridade. Em Mal de Arquivo, Derrida evoca igualmente Freud e a herança de seu pai e inscreve seu pensamento sobre o arquivo em uma “linha paterna”. O que acontece, então, quando se “matam” os pais? O que acontece quando não há pais e patriarcas no arquivo? Pode-se libertar o arquivo e construir-se uma arquivologia emancipatória? |
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Bibliografia | BARON Jamie, The Archive Effect : Found footage and the audiovisual experience of history, Routedge, New York / London, 2014. |