ISBN: 978-65-86495-02-7
Título | Cinema transdisciplinar nas escolas: desafiar a singularidade |
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Autor | Gustavo Jardim |
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Resumo Expandido | Observamos na prática educacional, as nuances da produção de singularidades em projetos de filmes e partir de cinematografias, em programas que promovem parcerias entre artistas, alunos e professores. Da mesma forma, refletimos sobre o pensamento crítico a postura educacional que se convoca explorando suas dimensões nestes processos formativos. O cinema só passa a ser visto como um meio de emancipação e luta política depois que é experimentado como tal, do contrário pode-se passar uma vida pensando que as imagens não seriam mais do que histórias sendo contadas nas telas para entreter o público. Nos últimos anos, temos nos dedicado a pensar – junto a diversos grupos, escolas, artistas e professores – formas de inserção do cinema na vida e nas práticas criativas com os estudantes. A realização de filmes em diferentes contextos nos ensinou sobre formas de abordagem e algumas medidas de trocas possíveis neste universo inexaurível de possibilidades. Porém, uma questão se fez sensível e sua abordagem científica se mostrou necessária para que continuássemos o trabalho. A inquietação que nos tocou primeiramente está ligada a uma tônica de padronização no ensino, cultivada como herança e até como virtude, tanto do ponto de vista econômico quanto na sustentação de uma pirâmide histórica e filosófica que estrutura nosso sistema educacional. Este cenário está fundado nas formas de organização e exclusão promovidas por algo que pode ser tratado como liberalismo econômico, mas preferimos nomear como mercantilização das democracias, ocorrendo especialmente no sul global, sobretudo ligado à penetração da tecnologia privada na vida social. A educação, neste contexto, toma para si o acúmulo de conhecimento e a inovação tecnológica como seu princípio de sucesso; e assim, vira as costas cada vez mais para as singularidades produzidas nos encontros e a circulação dos afetos na produção fílmica. Frente a este quadro, o esforço de nossa pesquisa tem sido o de colher e tratar, no campo das práticas e das teorias, sementes potentes para o cultivo do cinema na educação, pautado por um processo de aprendizado que se dá a partir de uma relação crítica e intrínseca com o espaço e com a natureza dos encontros. Para que um plantio seja bem feito é necessário que a terra seja considerada em primeiro lugar, não apenas o solo orgânico, mas também aquele que é arado na linguagem, com as lâminas das experiências simbólicas que afiamos ao longo de nossas relações com o mundo. Acreditando que o cinema modula em sua prática as formas do pensamento e as relações dos corpos, como imaginar seu uso para a liberação de linguagens nutridas pelas singularidades, ou seja, pelos questionamentos inerentes ao espaço-tempo como o próprio princípio do conhecimento? Com base nestas premissas e perguntas vamos analisar experiências do cinema no seu uso transdisciplinar, em grupos culturais e contextos escolares. Partimos essencialmente da realização de filmes com alunos nos seus contextos específicos para pensar as relações e as potências entre a educação e a singularidade. O desenvolvimento do projeto de um filme aparece como uma criação colaborativa no sentido de uma ação política, ou seja, ligada à liberdade dos grupos de discutir e inventar uma linguagem própria, emaranhada com os espaços de vida, articulada a uma pedagogia ligada ao espaço-tempo. A pesquisa tem nos conduzido a uma região cinematográfica que nos esforçaremos por cartografar na medida das análises dos processos e na qual supomos encontrar uma base de experiências fílmicas que levam à ativação das questões locais rearticuladas pelas singularidades que se dão no mundo e na linguagem. |
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Bibliografia | DELEUZE, Gilles. Lógica do Sentido. São Paulo; Perspectiva, 2015. |