ISBN: 978-65-86495-02-7
Título | Cinema, educação e universidade |
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Autor | Ana Paula Nunes |
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Resumo Expandido | A internet e a ampliação das possibilidades de acesso a filmografias antes não alcançadas e, igualmente, a circulação de referências bibliográficas invisibilizadas até então, têm contribuído para a construção de novas epistemologias e cinematografias, em um declarado combate às histórias únicas, no sentido defendido por Adichie (2009). Na última década temos a proposição do Dogma Feijoada (DE, 2005) e um forte crescimento de “cinemas negros” espalhados pelo globo, bem como o aumento da quantidade de mulheres em diversos setores no audiovisual, com muitas mostras e festivais direcionados ao trabalho delas. Destaca-se, também, o fortalecimento de cinemas indígenas e outros ligados a movimentos sociais. Esses poucos exemplos, de um universo maior de mudanças, buscam oferecer alternativas aos cânones europeus das ciências e do cinema. Projetos formativos fora das grades curriculares, de uma maneira geral, tem sido tensionados a refletir sobre pedagogias radicais, para falar nos termos de bell hooks (2013), refletindo todas essas mudanças que estão acontecendo, que, por sua vez, são influenciadas pelo movimento feminista, pela nossa pedagogia crítica freiriana (2015) e o pensamento decolonial. Em relação ao campo cinema e educação, temos uma larga tradição de reflexão teórica e metodológica voltadas para a escola ou para os tais projetos formativos de muitas naturezas diferentes, que nos alimenta dessas discussões de novas epistemologias e cinematografias. Porém, pouco se discute sobre o ensino universitário de cinema. Quando defendemos a relação do cinema e da educação na universidade, geralmente, é na formação de professores, no curso de pedagogia. O movimento é muito mais na direção do cinema para a educação, queremos, aqui, pensar no movimento contrário. Qual é o papel da interface cinema e educação nos cursos de Cinema e Audiovisual? Esta é uma pergunta que tem nos motivado a pensar na importância de criarmos laços fortes com a FORCINE – Fórum Brasileiro de Ensino de Cinema e Audiovisual para que os questionamentos do campo da educação contribuam para a decolonização do campo cinematográfico. Neste sentido, este artigo abordará a atuação da FORCINE e das redes docentes da entidade no desenvolvimento das diretrizes: políticas nacionais, diversidade, pedagogias do ensino do audiovisual e internacionalização. |
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Bibliografia | ADICHIE, Chimamanda. O perigo de uma história única. São Paulo: Companhia das Letras, 2019. |