ISBN: 978-65-86495-02-7
Título | Festivais e a história do cinema: I Festival de Cinema da Bahia (1962) |
|
Autor | Izabel de Fátima Cruz Melo |
|
Resumo Expandido | Apesar da sua importância no campo cinematográfico, os festivais e mostras são objetos razoavelmente recentes na história e historiografia do cinema. Embora no caso brasileiro tenhamos a publicação pioneira de Mirian Alencar em 1978, somente a partir da segunda metade dos anos 2000 passamos a encontrar estudos sistemáticos, que ultrapassaram as publicações celebrativas dos próprios eventos, transformando-os em pontos de reflexão no que tange ao significado e lugar dos festivais na organização do próprio campo, a partir da sua variedade que se expressa de formatos, porte, temas e objetivos. Assim, os estudos de festivais tem se utilizado de abordagens e perspectivas multidisciplinares, para que os festivais e mostras como objeto de pesquisa possam ser compreendidos de forma mais precisa e aprofundada. Dentre os diversos percursos possíveis no que tange a estes estudos, nos interessa compreender a importância dos festivais tanto como espaços formativos, quanto no aprofundamento de uma sociabilidade vinculada ao cinema e as dinâmicas culturais da cidade de Salvador durante os anos 1960. Deste modo, neste artigo nos aproximamos do I Festival de Cinema da Bahia, realizado em 1962, evento cinematográfico que é rapidamente citado por alguns autores como Maria do Socorro Carvalho ou André Setaro, mas que ainda carece de uma observação mais próxima. Emulando o formato dos tidos como grandes festivais europeus, com tapete vermelho, estrelas do cinema brasileiro e participação de figuras relevantes da crítica e do cinema nacional de então. O festival foi organizado pela Associação de Críticos Cinematográficos da Bahia, com apoio do Departamento de Turismo da Cidade de Salvador, de alguns exibidores, a princípio como homenagem aos 50 anos do Jornal A Tarde. Entretanto, mais do que a dimensão da efeméride, o evento acaba por pautar uma série de discussões, que ainda se vinculam com a ambiência de produção da “nova onda baiana”, e sua relação com o cinema brasileiro de forma mais abrangente. É possível perceber os indícios dessa movimentação a partir das polêmicas e controvérsias em torno das escolhas do júri, bem como na cobertura da imprensa e das pontuações críticas realizadas por Walter da Silveira e Paulo Emilio Sales Gomes. Deste modo, nos interessa compreender de forma mais aprofundada o papel deste festival no contexto cinematográfico da Bahia dos anos 60. |
|
Bibliografia | ALENCAR, M. O Cinema em Festivais e os Caminhos do Curta-Metragem no Brasil. Rio de Janeiro: Artenova/Embrafilme, 1978. |