ISBN: 978-65-86495-05-8
Título | Os aspectos representantes do real em Duna de David Lynch |
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Autor | Alexandre Teixeira Dias |
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Resumo Expandido | Duna, adaptação do romance de Frank Herbert dirigida por David Lynch, lançada 1984, pode ser definida como a maior representante do real da obra original. O motivo é justamente por ser o primeiro exemplo de migração da mídia escrita para a visual — em movimento — nesta que viria a se tornar uma grande franquia. A tradução da narrativa em palavras para a imagem estabeleceu um instante contínuo na história da saga de ficção científica, com a representação viva do ser humano e da própria arte cinematográfica. Um espectador não é necessariamente um leitor, e vice-versa. Independentemente dos aspectos fiéis do longa-metragem ao trabalho do autor norte-americano, o filme carrega características diretamente ligadas ao real. Obviamente, Herbert também utilizou referências — algumas muito explícitas — do que ele observava e consumia, o que foi igualmente relevante para a concepção do projeto conduzido por Lynch. Essa junção fez Duna, em certo sentido, ser perene no mundo do sci-fi como um todo pelo seu hibridismo; não à toa uma nova adaptação foi lançada em 2021, com um orçamento de US$ 165 milhões e planos para mais duas sequências — sendo uma já confirmada . Tal diferença midiática e também atributos pós-modernistas permitiram um outro entendimento de alguns pontos já conhecidos do romance. Um deles é o próprio gênero em questão. O livro foi publicado inicialmente em 1965, ou seja, quase 20 anos antes do lançamento do filme. A ficção científica já havia passado por diversas mudanças, assim como o processo de adaptação de Duna a ser realizado para as telonas, o que culminou em escolhas de bastidores determinantes no que foi visto nos cinemas na década de 1980; ou seja, para a representação do real primordial, por meio da sétima arte, do que é o universo de Arrakis. |
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Bibliografia | BAZIN, André. O Cinema: Ensaios. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1991. |