ISBN: 978-65-86495-05-8
Título | A Embrafilme e o cinema brasileiro no Festival de Cannes (1970-1990) |
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Autor | Belisa Brião Figueiró |
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Resumo Expandido | Historicamente, a internacionalização do cinema brasileiro se traduziu na discreta difusão e promoção de curtas e longas-metragens nos festivais, especialmente os europeus, em detrimento de uma estratégia sistemática de exportação ou distribuição em salas comerciais. As políticas públicas voltadas para o setor – quando existiram – enfatizaram o fomento e a produção, mas raras vezes se debruçaram sobre a circulação dos filmes prontos, até mesmo dentro do mercado interno. Diante desse cenário, esta pesquisa investiga os longas-metragens brasileiros selecionados e exibidos no Festival de Cannes, considerado o maior festival de cinema do mundo no que se refere à escala de visibilidade para os filmes que lá estreiam, ampliando as possibilidades de prestígio diante da crítica e de distribuição para os mais diversos países (VALCK, 2006). A partir de um mapeamento das obras brasileiras que estrearam na Competição Oficial, na Quinzena dos Realizadores, na Semana da Crítica ou na mostra Um Certo Olhar, examina as mudanças que o próprio festival sofreu neste período, quais requisitos ou padrões de seleção foram aplicados, se houve premiações capazes de impulsionar uma difusão para outros festivais ou mesmo a comercialização para outros territórios, e quais foram as ações pontuais de promoção e divulgação. Para esta comunicação, o foco recai sobre o período da Embrafilme, analisando os impactos das políticas de difusão no Festival de Cannes entre 1970 a 1990, começando pelos conflitos da coexistência do INC e da Embrafilme até 1975; quais filmes chegaram ao festival entre 1975 e 1979 durante a gestão de Roberto Farias; qual foi o papel do diplomata Celso Amorim (já entrevistado por esta pesquisadora) no estímulo às ações externas enquanto esteve na presidência da Embrafilme (1979-1982); e de que forma as coproduções internacionais foram decisivas para que alguns filmes chegassem à Competição Oficial apesar da derrocada final da estatal na última metade dos anos 1980. Por meio desta investigação, que ainda está em andamento, já foi possível constatar que apenas oito filmes foram escolhidos pelos curadores do festival para a Competição Oficial nesses 20 anos, número inferior aos nove longas-metragens selecionados para a mesma mostra em toda a década anterior (1960-1969). Nesse sentido, verificaremos o papel da Embrafilme nessa difusão e promoção, considerando a presença ou a ausência de apoio oficial, e como os cineastas viabilizaram a sua participação em Cannes quando não havia nenhum tipo de suporte do governo brasileiro. |
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Bibliografia | AMANCIO, Tunico. Artes e manhas da Embrafilme: Cinema estatal brasileiro em sua época de ouro (1977-1981). Niterói: EdUFF, 2011. |