ISBN: 978-65-86495-05-8
Título | Representações Cinematográficas de Gravações Musicais em Estúdio |
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Autor | Fabrizio Di Sarno |
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Resumo Expandido | No cinema, as cenas de gravação em ambiente de estúdio fonográfico apresentam certos problemas em termos de som. Alguns dos desafios que os profissionais da área devem solucionar, abordados neste trabalho, estão ligados ao modo sobre como expor ao espectador o que está sendo gravado e sob qual ponto de escuta os trechos musicais serão apresentados. Tais dificuldades não possuem uma solução padronizada no cinema, de modo que esta pesquisa apresentará as soluções encontradas em duas diferentes obras cinematográficas: Ray (2004) e Apenas uma Vez (2007). O estúdio fonográfico O estúdio fonográfico profissional é um espaço especializado na gravação de fonogramas, ou seja, obras cujo formato final é um produto exclusivamente sonoro. Para tanto, o local possui determinadas particularidades como formas de tratamento acústico com diferentes funções como minimizar ou eliminar alguns tipos de ruídos externos e internos além do controle da reverberação e dos cancelamentos de fase. Estes locais normalmente possuem ambientes diferentes com funções diversas. Além dos espaços para atividades administrativas ou logísticas como almoxarifados, salas de recepção, copa e cozinha, banheiros etc., existem dois ambientes diretamente envolvidos na atividade de captação e pós-produção de som: Sala técnica: este é um ambiente de monitoração; os técnicos ouvem cuidadosamente o que está sendo gravado na sala de captação através de fones de ouvido ou, mais comumente, monitores de áudio. Este local é preparado para ter um som mais seco, sem vazamentos ou ruídos, ideal para a checagem da qualidade da gravação. Sala da captação: este é o ambiente em que os músicos executam seus instrumentos cujos sons são captados através de microfones (ou em linha). O tratamento acústico pode ser mais seco ou permitir um certo nível de reverberação de acordo com o gênero de especialização do estúdio. É normal que, hoje em dia, os músicos utilizem fones de ouvido para escutar o conteúdo da captação sem que a reprodução deste seja captada pelos microfones que estão gravando a execução musical. Para o caso de instrumentos com sonoridade muito intensa, como bateria por exemplo, pode ser que o estúdio contenha divisões na sala de captação ou aquários, ambientes que isolam o instrumento dos demais para que o som daquele não interfira na captação destes. Problemas da representação audiovisual Alguns importantes questionamentos emergem quando se trata da representação audiovisual de uma gravação fonográfica. Se a cena se passa dento da sala de captação, como o som deve ser exposto na cena? Se, neste caso, os músicos estão gravando com fone de ouvido, o espectador ouvirá o conteúdo do fone ou do espaço acústico da sala de captação. O ponto de escuta será objetivo ou subjetivo? Se algum instrumento está sendo captado em um aquário, ele será omitido ou o espectador também o ouvirá como se ele estivesse no mesmo ambiente dos demais instrumentos? A música será diegética ou extradiegética? Outras perguntas também surgem quando a cena se passa na sala técnica: o espectador ouvirá o som a partir do espaço acústico da sala técnica ou da sala de captação onde estão localizados os músicos? Se os técnicos estiverem usando fones o espectador deve ouvir o conteúdo dos fones ou o som do ambiente da sala técnica? Se os técnicos conversam e a sala técnica é filmada do ponto de vista dos músicos localizados na sala de captação, o espectador deve ouvir o diálogo a partir de que perspectiva? Com efeito, essa pesquisa aponta as soluções encontradas nos dois filmes estudados para os problemas de som levantados de modo a efetuar uma importante contribuição para a análise e a produção de som para obras audiovisuais que apresentam cenas com este tipo de conteúdo. |
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Bibliografia | ALTMAN, Rick (org.). Sound theory – Sound practice. New York: Routledge, 1992. |