ISBN: 978-65-86495-05-8
Título | “Um cinema divino e maravilhoso”: diálogos de Caetano e Glauber |
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Autor | Claudio Leal |
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Resumo Expandido | Centrais na história da contracultura brasileira, Glauber Rocha e Caetano Veloso se conheceram superficialmente no ambiente cultural de Salvador, nos anos 60, e desenvolveram um diálogo posterior sobre cinema ainda não avaliado de forma concentrada. Entre as primeiras críticas de Caetano está uma análise de “Barravento”, em 1962, num período em que o jovem crítico reconhecia em Glauber um mito próximo, líder precoce do Clube de Cinema da Bahia e inspirador de suas ambições ainda incipientes no universo cinematográfico. Adiante, ele situará seu caminho pessoal, na cultura brasileira, entre Glauber e João Gilberto. A partir de 1967, com “Terra em Transe”, essencial na deflagração do movimento tropicalista, a relação entre os dois ganha densidade e, ao mesmo tempo, assume oscilações ao sabor dos conflitos emergentes entre a geração do cinema novo e aquela do cinema marginal. Nos anos do exílio político, Caetano se aproximou de Julio Bressane e Rogério Sganzerla, em Londres, e também viajou para Espanha ao encontro de Glauber, durante a filmagem de “Cabeças Cortadas”. Por algumas semanas, o músico hospedou Glauber em sua casa londrina. Nessa altura, ele se torna um interlocutor relevante do grupo do cinema novo e dos dois expoentes do cinema marginal. Glauber também conferia peso às posições de Caetano no debate público e, eventualmente, lhe cobrava intervenções estratégicas. Na cena da encruzilhada em “O Vento do Leste” (1970), de Jean-Luc Godard e Jean-Pierre Gorin, Glauber entoa a canção “Divino Maravilhoso”, de Caetano e Gilberto Gil, reafirmando seu esforço construtivo no cinema brasileiro. Este trabalho pretende abordar os pontos centrais desse diálogo crítico, recuperando textos e entrevistas reveladores das posições de ambos no debate cultural durante a ditadura militar. “O Cinema Falado”, único longa de Caetano, também confere relevância a Glauber Rocha em sua argumentação ensaística. |
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Bibliografia | MACIEL, Luiz Carlos. Geração em Transe: memórias do tempo do tropicalismo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1996. |