ISBN: 978-65-86495-05-8
Título | Os meninos também amam: paixonites na telenovela infantojuvenil |
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Autor | João Paulo Lopes de Meira Hergesel |
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Resumo Expandido | Um dos eixos de sustentação da narrativa melodramática é a existência de um par romântico, sinalizam Jean-Marie Thomasseau (2012) e Silvia Oroz (1992), entre outros autores. Muito presente nas telenovelas, as conversas afetuosas, as trocas de olhares, os encontros e desencontros levam os protagonistas ao beijo – geralmente tão esperado pelo público. Explorar o sentimentalismo é característica das telenovelas desde seus primórdios, quando se derivou das radionovelas cubanas. No caso das produções brasileiras, vivemos, entre 1951, ano de sua origem no país, até o início dos anos 1970, o predomínio da “fase sentimentalista”, como nomeia Maria Immacolata Vassallo de Lopes (2021), pautada em adaptações literárias e histórias que priorizavam a afetuosidade. Compreendemos, com Lopes (2021), que esse formato televisivo passou para uma “fase realista”, buscando estar mais próximo dos fatos cotidianos, e que, desde os anos 1990, vem se manifestando dentro de uma “fase naturalista”, isto é, que introduz temas sociais com mais insistência. No entanto, tem sido visível a presença veemente das emoções, o que pode ocasionar o início de uma “fase neorromântica”, como postula Lucas Martins Néia (2021). Do mesmo modo como os interesses da telenovela vão se moldando de acordo com o público, é necessário que seus temas se materializem conforme a faixa etária às quais são destinadas. No caso das telenovelas infantojuvenis, notamos que as ações do enredo dialogam com o narratário, isto é, o “público estimado”, como denomina Esther Império Hamburger (2003) – neste caso, as crianças e os adolescentes, com maior ênfase nos pré-adolescentes. Juliana Doretto (2018) e Renata Tomaz (2019) explicam que os pré-adolescentes, também chamado de “tweens”, compreendem um recorte de indivíduos que não se sentem mais crianças (infantis), mas que não estão maduros o suficiente para serem considerados adolescentes (juvenis). Em outras palavras, trata-se de uma fase de transição, que mantém alguns aspectos da infância, mas já experimenta elementos da adolescência. Nelly Novaes Coelho (2000) detalha que as obras destinadas a esse público visam a despertar o pensamento reflexivo, desenvolver a consciência crítica e ampliar as visões sobre as realidades do mundo. Em diálogo, Tainá Thies (2020) sinaliza que o testemunho de diferentes realidades dentro do cotidiano jovem e os questionamentos sobre os sofrimentos da vida comum são tendências dessas narrativas de linha realista. Este trabalho, portanto, objetiva pensar a representação das emoções afetivo-amorosas em personagens pré-adolescentes do sexo masculino na ficção televisiva brasileira infantojuvenil. A fim de delimitar um recorte, escolhemos observar o capítulo 46 da telenovela “Poliana Moça”, exibido em 23 de maio de 2022, com enfoque em duas cenas, posteriormente intituladas “Meninos conversam sobre namoro” e “Ciúme reina no clube”. Por meio de uma pesquisa qualitativa, de cunho bibliográfico e analítico-interpretativo, adotou-se como método de estudo a análise poética, descrita por David Bordwell (2008), aprofundada por David Bordwell e Kristin Thompson (2013) e aplicada à televisão por Jeremy G. Butler (2010; 2018). De acordo com esses autores, esse tipo de metodologia consiste na combinação de três vertentes de análise: temática, narrativa e estilística. Em suma, buscamos realizar: na análise temática, a identificação de assuntos relacionados ao público-alvo e ao contexto sócio-histórico-cultural da produção; na análise narrativa, o discorrimento sobre enredo e personagens, tempo e espaço, causas e efeitos; na análise estilística, a observação de recursos técnicos aplicados ao audiovisual, como registros de câmera, elementos da mise-en-scène e trilha sonora. A pesquisa encontra-se em fase de desenvolvimento. Devido ao limite de caracteres impostos pelo resumo expandido, os resultados serão apresentados durante a comunicação oral e serão detalhados no texto completo a ser publicado nos anais de evento. |
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Bibliografia | BORDWELL, D. Poetics of Cinema. NY: Routledge, 2008. |