ISBN: 978-65-86495-05-8
Título | Jungaré – uma aventura imunizante: animação na extensão universitária |
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Autor | ARTHUR FELIPE DE OLIVEIRA FIEL |
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Resumo Expandido | Esta comunicação tem por objetivo expor e apresentar o processo de criação do curta animado Jungaré – uma aventura imunizante, realizado pelo Núcleo de Produção Janela Audiovisual, vinculado ao Laboratório de Vídeo do Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal do Espírito Santo. Nesta produção, o grupo encontra na animação experimental, dedicada ao público infantil, a precisa potência para se opor à onda de desinformação e fake news que atingiu o Brasil diante da pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2). Formado durante a segunda quinzena do mês de abril de 2020, já em contexto de trabalho remoto, sob a Coordenação Geral da Prof. Drª Patrícia Cardoso D’Abreu, o Labvídeo deu início a “Ação Coronavídeo”, com o intuito de produzir conteúdos acerca das vivências infantis perante a pandemia. Assim, neste primeiro momento, foi produzida uma trilogia de vídeos dedicada a explorar essas vivências, sob os títulos: Distanciamento e Afetividade, protagonizado por Duda, uma criança sem gênero definido; Alimentação e Imunidade, cuja protagonista tem o nome de Anahí e é uma indígena menina bastante presente nas redes sociais; e, por fim, o Rap da Quarentena, estrelado pelo jovem MC Cuida, que, neste videoclipe, vocifera sobre a violência sofrida pela população negra dentro e fora do contexto pandêmico (FIEL; D’ABREU, 2021). Após o sucesso do primeiro ano da Ação Coronavídeo, o grupo, agora autointitulado de Janela Animada se expandiu e passou a contar com mais de trinta pessoas, dentre professores internos e externos, profissionais do mercado, técnicos audiovisuais e discentes também oriundos de outros cursos. Enquanto no primeiro ano o material produzido pelo grupo tratava da forma como a pandemia afetou a vida das crianças e de suas famílias, ficou definido para o ano de 2021, dentre outras coisas, o desenvolvimento de um curta animado acerca da importância da vacinação. O público-alvo desta nova produção continuou sendo o infantil, pois, como apontam Gotz (2014) e também Pereira e Peruzzo (2020), em contato com peças que lhe despertam interesse, as crianças se tornam um público ativo e multiplicador dos discursos com os quais tem contato. Esse caráter multiplicador é apresentado por Lopes (2004) como essencial à ideia de ludicidade, por sua vez, residente, sobretudo, nos processos relacionais e interacionais. Dessa forma, ao pautar uma discussão acerca da vacinação a partir do público infantil pelo viés da ludicidade, estamos também a pautando dentro de seus lares. A opção do grupo pela técnica da animação foi adotada também pela opacidade de suas imagens e, assim, pela oposição ao regime da transparência que busca simular e se passar por imagem-verdade, mesmo que fabricadas e/ou manipuladas, como ocorre com a fabricação fake news sustentadas e promovidas por materiais audiovisuais. Diante deste cenário, a animação, enquanto técnica e linguagem com potencialidade lúdica intrínseca a ela, preserva-se e enuncia-se enquanto imagem, apresentando-se, nesta obra, também como combatente na disputa pelos sentidos da consciência e da verdade. |
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Bibliografia | FIEL, Arthur Felipe De O.; D’ABREU, Patrícia Cardoso. Animação experimental e conscientização sobre o novo coronavírus: a potencialidade da imagem opaca audiovisual para o público infantil. AVANCA | CINEMA, p. 507-514, 2021. |