ISBN: 978-65-86495-05-8
Título | Experiências animadas nas as formações dos cinemas negros no Brasil |
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Autor | Jamila Oliveira Terra |
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Resumo Expandido | Pensar e visualizar a representatividade de raça no audiovisual se torna muito importante para estudantes e futuros profissionais da área. A inspiração do que queremos trabalhar, de quem queremos ser vem muito do nosso consumo nas mídias, incluindo no cinema. A necessidade dessa inspiração não se diferencia na animação. O Brasil tem uma produção significativa de filmes com boa qualidade. Mas é a fé na “cultura popular” que auxilia na inserção de negros no cinema nacional, através do movimento Cinema Novo (CARVALHO, 2008). Ao que parece, o movimento não se desprendeu de alguns dos estereótipos vinculados às personagens negras e, ainda assim, foi quem apresentou para o cinema nacional vários artistas negros renomados da dramaturgia (CARVALHO, 2006). Alguns anos se passaram, e esses artistas se juntam para pensar um cinema nacional com diretores, atores/atrizes, narrativa e personagem principal todos negros. O que aumentou significativamente o número de produções negras pelo país, mas ainda vemos alguns gêneros cinematográficos com esse déficit racial. Este trabalho tem como objetivo analisar essa carência nos filmes nacionais de animação a partir dos curtas Òrun Àiyé - A Criação do Mundo (Cintia Maria, Jamile Coelho, 2016) e Òpárá de Òsùn: Quando Tudo Nasce (Pâmela Peregrino, 2018) agregando alguns conteúdos de outros países da diáspora africana, com o intuito de engrandecer a análise. A tentativa de reivindicar nosso território, Brasil e América, e nos apropriarmos do que colonização europeia expropria dos descendentes americanos, espera mostrar a cultura dos países colonizados. O que países europeus “reprimiram tanto como puderam, ou seja, em variáveis medidas de acordo com os casos, as formas de produção de conhecimento dos colonizados, seus padrões de produção de sentidos, seu universo simbólico, seus padrões de expressão e de objetivação da subjetividade.” (QUIJANO, 2005) Nas animações espalhadas por todas as três américas, conseguimos ver algumas personagens negras, principalmente em papéis de coadjuvantes. Aqui no Brasil temos de exemplo do Marcinho da série Irmão do Jorel (Juliano Enrico, 2002) e Tobias da série Oswaldo (Pedro Eboli, 2017) Essa percepção muda quando queremos ver narrativas negras, profissionais negros do audiovisual e mais ainda quando a expectativa é somar as três coisas. Esse é um fator que dificulta a visibilidade para futuros diretores de filmes de animação e animadores negros, sem contar aimportância dessas representatividades para as crianças negras dos países de diáspora. As obras de estudo serão colocadas e analisadas juntamente com outras que tenham temáticas negras ou locais e personagens negras, de preferência protagonistas. Outro esforço a ser feito é a direção ou animação ser realizada por uma pessoa negra com a perspectiva de fortalecer a construção, que vem sendo feita, da temática racial no cinema, com enfoque nas animações. |
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Bibliografia | DE, Jéferson; CARVALHO, Noel. Dogma Feijoada: O Cinema Negro Brasileiro. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo: Coleção Aplauso Cinema Brasil, 2005 |