ISBN: 978-65-86495-05-8
Título | O invisível que se torna visível: fotos de famílias negras no cinema |
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Autor | Lúcia Ramos Monteiro |
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Coautor | Izabel de Fátima Cruz Melo |
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Resumo Expandido | Neste trabalho, analisaremos, sob uma perspectiva comparatista, a presença de fotografias de família em um corpus composto por filmes realizados a partir de 2010 por cineastas negras e negros no Brasil. No contexto da "mise-en-film" da fotografia ou sua "animação" por meio do cinema, tema que vem sendo estudado por diferentes pesquisadores (Dubois, 2021; Vale, 2016; Monteiro, 2017), notadamente em sua relação com a memória, a história, o ensaio e a autobiografia, esta pesquisa se debruça sobre uma configuração particular: o olhar que personagens lançam sobre registros de famílias negras em filmes como Travessia (Safira Moreira, 2017), Temporada (André Novais, 2018) e Um dia com Jerusa (Viviane Ferreira, 2020), entre outros. Num desdobramento de um capítulo que escrevemos juntas (Melo e Monteiro, 2022), propomos que em filmes recentes de cineastas negras e negros, o fotográfico aparece como um lugar de memória e invenção, arquivo e performance, abrindo novas possibilidades para a percepção geral da falta de fotografias dos ancestrais por parte de famílias negras. Se de fato o registro de memórias negras era praticamente uma impossibilidade nos séculos passados, é verdade que nos últimos anos imagens de famílias negras dos séculos 19 e 20 foram encontradas, e, em meio a isso, artistas contemporâneos, cineastas e teóricos vêm propondo alternativas imaginativas para esta ausência fundamental. A abertura de álbuns e o "anarquivamento" de memórias, nos filmes, quebrariam a cronologia unidirecional, em um movimento descrito por Leda Maria Martins como "espiral do tempo", em que tudo vai e tudo volta. |
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Bibliografia | DUBOIS, P. A imagem-memória ou a mise-en-film da fotografia no cinema autobiográfico moderno. Tr. Cristian Borges. Laika, v.1, n.1, 2012. |