ISBN: 978-65-86495-05-8
Título | A Mise-en-Scène e o Cinema do Vazio de Yasujiro Ozu |
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Autor | Yasmin Brigato de Angelis |
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Resumo Expandido | O presente trabalho propõe a análise da mise-en-scène na obra do cineasta japonês Yasujiro Ozu, conhecido por criar narrativas entre mise-en-scène de equilíbrio e espaços vazios, que se consolidam na transição de tempos onde, teoricamente, nada – ou quase nada – acontece. Porém, é nessa transição que ocorre uma pluralidade de significados, simbologias e a materialização de espacializações. Dessa forma, abrimos espaço para discutir a encenação ensaiada que vai preenchendo e completando os espaços vazios propostos em seus filmes, sugerindo o debate dialético entre as estruturas que Ozu apresenta em sua mise-en-scène. Outras características marcantes encontradas em seus filmes são os múltiplos enquadramentos, se aproveitando da arquitetura japonesa clássica; o cineasta enquadra “quadrados” (no sentido de moldura) que produzem uma profundidade de campo, e dos espaços vazios consolidados na tela, os personagens vão entrando em cena e ocupando o primeiro, segundo ou terceiro plano. Propomos também discutir o posicionamento de câmera e como o mesmo se aproxima da cultura japonesa. Por exemplo, quando Ozu escolhe o posicionamento da câmera próximo ao chão, que equivale à forma como os japoneses se sentam ao redor da mesa. Não somente em relação a isso, mas Ozu também propõe contar histórias familiares da família tradicional japonesa, abrindo espaço para uma reflexão sobre o tradicional e o moderno. A transição entre um Japão clássico e um Japão moderno traz um embate sobre o conflito de gerações. Nesse embate, a estrutura fílmica se estabelece em termos de conteúdo que gera ritmo para seus filmes. As ferramentas de análises circulam sob interpretação dos enquadramentos, posicionamento e movimento de câmera, bem como a encenação das personagens. Como corpus de análise utilizaremos o filme “Pai e filha” (1949). |
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Bibliografia | BERNARDET, Jean-Claude. O que é Cinema. São Paulo.Ed. Brasiliense. 2000. |