ISBN: 978-65-86495-06-5
Título | Tecido de tempo e afeto em Há Uma profetas nas Olaias, tenham cuidado! |
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Autor | Lucas Camargo de Barros |
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Resumo Expandido | As camadas de tempo e afetos que atravessam o curta-metragem “Há uma profeta nas Olaias, tenham cuidado!”, realizado em 2021 por Lucas Camargo de Barros e com figurino de Raphael Fragas (autores deste artigo), são nosso foco de reflexão acerca da narrativa e sua relação com a indumentária. Usando a noção de somateca (Preciado, 2011) para expandir as questões travadas na narrativa analisamos a história que começa em 1911 e conta sobre “A Brasileira”, um mulher perseguida pelo estado Português em sua nova “cruzada” contra as religiões. Em um dos seus rituais de magia, ela não consegue salvar um bebê da morte, mas acaba se apaixonando pela mãe. Partindo do cinema silencioso do começo do século XX e se aproximando do fantástico, o mágico acaba por se manifestar em todas as esferas, renascendo na pele de uma criança em 2020. Com uma estética que mistura bitolas (16mm de arquivo, 35mm inéditos, cinema digital 2k e filmagem com smartphone) e também atravessa as relações de poder entre Portugal/Brasil, homem/mulher, estado/sujeito, analisamos aqui como o processo criativo dessa indumentária ajuda a narrar os abismos que regem todos esses vetores. A dramaturgia se faz presente nos tecidos e nas texturas que vão desde a primeira república portuguesa (1910 - 26) até a contemporaneidade, e são um terreno fértil para esta reflexão. Utilizando a teoria de cineastas (Aumont, 2001) como ponto de partida metodológico, discorremos sobre pesquisa, materialidade e todo o processo criativo da feitura do figurino e suas implicações estéticas. Com a finalidade de refletir sobre as bordas de subjetividade que o curta-metragem adentra, também lançamos mão de conceitos como outsider within (Hill Collins, 1984). |
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Bibliografia | Aumont, J. (2006). As teorias dos cineastas. Campinas: Papirus. |