ISBN: 978-65-86495-06-5
Título | Filme-ensaio: um "não gênero" para "não-cineastas" |
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Autor | Álvaro Renan José de Brito Alves |
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Resumo Expandido | Em 2020, no auge da pandemia, a Universidade pública passou a desenvolver suas atividades de forma remota. Partimos da experiência de uma disciplina eletiva do curso de Pedagogia, do Centro de Educação da Universidade Federal de Pernambuco, ministrada sob a condição restritiva do isolamento social decorrente da Pandemia de Covid-19. Tendo em vista as restrições de contato e reunião, fizemos um trabalho de adaptação das metodologias de trabalho de cinema e educação a fim de responder às demandas de um curso de formação de professores voltado para a utilização de recursos e linguagens do audiovisual, ao mesmo tempo que se adaptar ao contexto da pandemia. A impossibilidade da formação de grupos (ou equipes) de filmagem, de sair às ruas ou de se reunir para filmar, trouxe uma condição limitante às modalidades de produção fílmica. Neste caso, tentamos construir um repertório de filmes documentários e filmes-ensaio a fim de abrir caminhos para uma produção individual baseada na apropriação de material de arquivo (pessoal ou coletivo). Assim, este trabalho pretende desenvolver algumas notas a partir do relato da experiência da disciplina e das produções entregues pelos estudantes. Utilizaremos noções, conceitos e argumentos de Georges Didi-Huberman, Jacques Rancière e Jean-Louis Comolli, tentando pensar as potências imaginativas, criativas e críticas ligados à postura emancipada do espectador que observa, se apropria e cria a partir de sons, palavras e imagens. Os filmes dos estudantes traziam gestos de montagem, apropriação e manipulação de material de arquivo tanto pessoal quanto coletivo. Tais gestos reeditavam à sua maneira procedimentos de montagem típicos de filmes ensaísticos conhecidos como os vídeo-ensaios de Godard, os filmes de Chris Marker, além do repertório de produções brasileiras vistos e debatidos em sala de aula, tais como Travessia (2017), de Safira Moreira, Fotograma (2015), de Luiz Henrique Leal e Caio Zatti, e Nunca é noite no mapa (2016), de Ernesto de Carvalho. Comentaremos os filmes dos estudantes a partir de uma perspectiva emancipada da educação e da prática fílmica amadora. |
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Bibliografia | Antunes da Silva, T. dos S., Alves, K. M. da C. V., & Moraes, M. T. D. de. (2020). Cinema-experiência e os encontros da imagem com a educação. Reflexão E Ação, 28(2), 193-208. |