ISBN: 978-65-86495-06-5
Título | Festival de Cinema de Três Passos: um projeto de formação de plateia |
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Autor | Christian Jordino Antonio Ferreira Alves da Silva |
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Resumo Expandido | Sonho de dois cinéfilos, o Festival de Cinema de Três Passos é criado com único pensamento: “Acabar com o marasmo cultural daqui, sabe?” A frase é do jornalista – e agora cineasta – Carlos Roberto Grün que aceitou o convite de Nelson Brauwers para criarem o festival, em meados de 2013. Médico de formação e cineasta de coração, Nelson já tinha feito dois curtas-metragens que percorreram alguns festivais pelo interior. A vontade de Brauwers era fazer com que a isolada Três Passos entrasse no cenário cultural do estado (GRAFFITTI, 2004). Construído em 1955, com o intuito de ser uma casa de exibição cinematográfica, o Cine Teatro Globo amargava um longo período de sala vazia e resistia ao inevitável fechamento dos cinemas de rua (GONZAGA, 1996). Com um variado leque de estratégias, os Levy estavam na terceira geração de gestores que mantinham o cinema vivo. Quando a ideia do festival chegou até a família, Levy Filho, atual gestor, acreditou na empolgação de Nelson. Brauwers mostrou um projeto de festival de caráter competitivo, com premiação e troféu, voltado para o curta-metragem nacional e com a possibilidade de trazer cineastas para a cidade, gerando uma troca de experiências com o público. Os Levy viram uma oportunidade de divulgar o nome do cinema, da família e do município Brasil afora. A primeira reunião para instituir a comissão organizadora acontece no Cine Globo, em novembro de 2013, com a presença de doze pessoas. A peça que faltava para construir o que seria o futuro FCTP é encaixada por Elvídia Zamin, na segunda reunião. Respeitada pela comunidade, Zamin fez carreira como professora em colégios públicos e privados da região, além de ter sido pró-reitora da Unijuí, no campus de Três Passos (ALVES DA SILVA, 2022). Com ampla experiência acadêmica, Zamin propõe o que seria o diferencial do FCTP: a inclusão de mostras paralelas voltadas para o público infantojuvenil, além do projeto de ofertar oficinas de formação audiovisual nos meses que antecedem o evento. No primeiro ano, em 2014, a Oficina de Introdução ao Cinema e ao Roteiro é oferecida de forma gratuita para docentes e discentes das escolas públicas do município – mas não restrito somente a esse nicho. O sucesso do primeiro festival vai além dos números: 251 filmes inscritos, de 24 estados do Brasil, uma produção de Três Passos, 71 curtas exibidos, participação de dois cineastas de fora do estado, um público estimado em 1.800 espectadores e ainda 26 alunos formados na primeira oficina. A intenção do coletivo que organiza o festival é contribuir para a permanência do cinema através do engajamento da sociedade três-passense (FERRAZ, 2017). Dessa forma, o próximo passo é ter a ocupação na sala durante o ano e não somente na semana do FCTP. Em 2016, surge o projeto #Cidade Cinematográfica que engloba oficinas de formação e um cineclube com 26 sessões e com público registrado de 1.170 pessoas em seu primeiro ano. Ainda em 2016, inspirada nas ações do festival, Deca Krugel, professora da rede pública municipal, cria o projeto Aprendizagem em Movimento e, em 2019, organiza o Dia da Família no Cinema com exibição da produção dos alunos no telão do Cine Globo. Se na edição de 2014, só uma produção da cidade foi inscrita e exibida no festival, esse número sobe para três no ano seguinte e, dobrando, chega a seis, em 2016. Com a criação de mais projetos de formação, a quarta edição, de 2018, recebe 25 obras produzidas na região. Na edição mais recente, em 2019, esse número alcançou a marca de 33 curtas-metragens que retratam cenários e contam histórias de personagens tanto de Três Passos quanto de cidades vizinhas, sempre com sessões lotadas. Assim, esse “espaço do sonho”, essa “caixa-mágica” (VIEIRA e PEREIRA, 1982) entra no imaginário cultural três-passense para além da cinefilia. Nelson e Carlos, por exemplo, tiveram suas obras exibidas no festival, indo de cinéfilos a cineastas. Qual o impacto disso em futuras gerações que estão crescendo com as ações do festival? |
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Bibliografia | ALVES DA SILVA, Christian J. A. Ferreira. Cine Globo de Três Passos: uma história de |