ISBN: 978-65-86495-06-5
Título | Circuitos sociais do cinema etnográfico no Brasil: mostras e festivais |
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Autor | Juliana Muylaert Mager |
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Resumo Expandido | Desde os anos 1970, é possível identificar a presença de mostras de cinema voltadas para o cinema etnográfico no Brasil. Os primeiros desses eventos foram contemporâneos formação dos subcircuitos internacionais de festivais ligados à Antropologia Visual (Vallejo, Peirano, 2017), aos quais estiveram mais ou menos integrados. No presente trabalho, buscamos traçar um panorama dessas experiências dos anos 1970 e 1980, que antecederam a criação da Mostra Internacional do Filme Etnográfico, em 1993. A partir desse quadro inicial, nos dedicaremos à análise da experiência da Mostra Internacional do Filme Etnográfico, a partir dos resultados parciais da pesquisa, procurando localizar a trajetória da mostra em meio ao processo de consolidação da Antropologia Visual (Eckert; Carvalho da Rocha, 2016; Monte-Mór, 2004), ao crescimento dos festivais nos anos 1990 (Leal, Mattos) e à formação de subcircuitos para o filme etnográfico e o documentário - cujas redes encontram muitas interseções (Vallejo, 2021; Peirano, 2017). Criada por Patrícia Monte-Mór e José Inácio Parente, a Mostra teve 16 edições ao longo de vinte anos, realizadas na cidade do Rio de Janeiro, primeiramente no Centro Cultural Banco do Brasil e, depois de 1996 no Museu do Folclore. Estabelecendo elos entre a antropologia e o cinema, foi um dos eventos pioneiros no processo de especialização dos festivais brasileiros ligados ao documentário nos anos 1990. Nossa análise do percurso histórico do festival não se separa da discussão do processo de pesquisa, seja na dimensão metodológica, que envolve o trabalho com arquivos, a realização de entrevistas e seus desafios; teórica, abrangendo o uso dos conceitos (festival, filme etnográfico, documentário) e discussões da antropologia visual; ou ainda historiográfica, incluindo questões da historicidade dos eventos e das fontes abordadas. Nesse sentido, nossa leitura se volta para pensar as particularidades dos festivais etnográficos na América Latina (Peirano 2017; Chávez Carvajal, 2017) e, especificamente no Brasil, procurando valorizar sua contribuição para a história (transnacional) do fenômeno festivaleiro e seus subcircuitos. |
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Bibliografia | Chávez Carvajal, Hugo. Circulación y distribución de cine etnográfico en América Latina. Universitas, Ano XV, no 27, 2017, p.19-43. |