ISBN: 978-65-86495-06-5
Título | COPRODUÇÃO INTERNACIONAL NO CINEMA. |
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Autor | Gustavo Ferreira Rolla |
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Coautor | João Luiz de Figueiredo Silva |
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Resumo Expandido | Em linha com a percepção de que as atividades culturais e criativas cada vez mais desempenharão papel importante nas economias nacionais, verifica-se no Brasil, especialmente a partir de meados da década de 1990, o interesse crescente por estudos que compreendam os mecanismos de fortalecimento da indústria cinematográfica brasileira. Conforme os dados da ANCINE (2023), a produção cinematográfica brasileira se expandiu consideravelmente desde então, alcançando 173 filmes lançados em 2022, os quais responderam por apenas 4,2% do market share. Diante desses números, reconhecemos que, desde a extinção da EMBRAFILME, as políticas para o cinema brasileiro alcançaram êxito na recuperação de nossa capacidade produtiva, porém o mesmo não pode ser dito em relação à conquista de mercado interno e externo. Em geral, parte importante da explicação sobre a dificuldade em obter maiores fatias de mercado recai sobre o poder econômico que as distribuidoras multinacionais, conhecidas como majors, exercem sobre as salas de exibição ao mesmo tempo em que políticas de regulação não se mostram efetivas em coibir tal domínio. Sem desconsiderar a importância do debate sobre as políticas necessárias para a superação dos problemas da distribuição do cinema nacional, nosso artigo deseja lançar luz sobre outra política capaz de fortalecer a indústria do cinema nacional na sua dimensão produtiva e no desafio de ampliar seu mercado consumidor. Entendemos que as políticas de coprodução internacional são pouco estudadas como elemento de fortalecimento e de competitividade da produção cinematográfica, de maneira que desejamos responder à seguinte questão: como a coprodução internacional pode ser um elemento de fortalecimento da indústria do cinema brasileiro? O artigo, portanto, trata das políticas de fortalecimento da indústria cinematográfica brasileira, tendo como argumento central o reconhecimento de que a coprodução internacional gera oportunidades para o desenvolvimento do setor nacionalmente. As lentes teóricas, centradas nos estudos de economia da cultura (BENHAMOU, 2007; THROSBY, 2010; VOGEL, 2020), associadas à literatura que problematiza o desenvolvimento da indústria cinematográfica brasileira (BAHIA, 2012; BUTCHER, 2019; IKEDA, 2015) e o debate sobre a coprodução internacional (FIGUEIRÓ, 2018), permitem debater as políticas econômicas voltadas para o desenvolvimento da indústria cinematográfica brasileira, reconhecendo-se as especificidades econômicas e culturais do setor. Assim, para atingir o objetivo de analisar as oportunidades e os desafios do fortalecimento do audiovisual brasileiro por meio das políticas de coprodução internacional, realizou-se uma pesquisa de natureza qualitativa, cujos procedimentos metodológicos utilizados foram compostos de levantamento documental e de dados secundários sobre as políticas de coprodução internacional existentes no Brasil e coleta de dados primários por meio de entrevistas semiestruturadas com agentes econômicos. A análise das entrevistas seguiu o método de interpretação por meio de categorias analíticas previamente definidas (DUARTE, 2014). Em termos gerais, os resultados indicam que existem oportunidades a serem exploradas por meio das políticas de coprodução internacional, as quais viabilizam dinâmicas de aprendizagem e de inovação; fluxos de financiamento das produções; e acesso à mercados e divisas internacionais. Por outro lado, existem desafios a serem superados, como a ampliação dos acordos de coprodução; treinamento de produtores brasileiros para utilização dos mecanismos de coprodução; e difusão do potencial das coproduções para o fortalecimento da indústria cinematográfica brasileira. |
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Bibliografia | IKEDA, Marcelo. Cinema brasileiro a partir da retomada: aspectos econômicos e políticos. São Paulo: Summus, 2015. |