ISBN: 978-65-86495-06-5
Título | Formação profissional e políticas públicas como potência audiovisual |
|
Autor | Hadija Chalupe da Silva |
|
Resumo Expandido | A presente pesquisa pretende compreender quais foram os desdobramentos (profisisonais e institucionais) que o 1º Edital de fomento ao audiovisual de Niterói (03/2018), provocou no mercado audiovisual fluminense nos últimos 5 anos. A chamada pública objeto desse estudo foi lançada em abril de 2018, pela Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal das Culturas (SMC) e da Fundação de Arte de Niterói (FAN). Esta foi a primeira ação resultante do Decreto Municipal nº 1.2747/2017, que tornou “público o conjunto de normas que regulamentam o processo de inscrição e seleção pública do Edital de Fomento ao Audiovisual.” (Chamada Pública 03/2018) Podemos perceber que a SMC/FAN procurou elaborar uma chamada que incorporasse diferentes eixos, tipos de obras e agentes (pessoas físicas e jurídicas) do campo audiovisual. A ação pulverizada só foi possível a partir do trabalho conjunto dos governos municipal e federal através do Programa de Apoio ao Desenvolvimento do Audiovisual Brasileiro – PRODAV. Ao todo foram investidos R$ 5,7 milhões, na proporção de R$2,7 milhões SMC/ FAN e R$ 3 milhões da Ancine, via FSA. As ações foram divididas em 12 categorias. Além do fomento a produção de obras cinematográficas (longa, curta ou média-metragem) vemos outras ações que complementavam a categoria com a incorporação de produções para TV (obras seriadas e telefilmes) e conteúdos audiovisuais para novas mídias. Inseriam também, categorias que complementavam outros elos da cadeira produtiva como a difusão (distribuição de obras de longa-metragem); formação de público (manutenção de cineclubes, projeções em espaços urbanos, mostras e festivais de cinema) e por fim incluíram o fomento à pesquisa que corrobora com a necessidade de vermos o campo do audiovisual de forma expandida, entender seus impactos na economia e na produção de subjetividades. Pretendemos realizar uma análise quantitativa e qualitativa a partir das dos projetos contempladas pelo presente edital, na Categoria IV: FOMENTO A PRODUÇÃO DE DE CURTA-METRAGEM. Partiremos da pesquisa MAPA DO AUDIOVISUAL DE NITERÓI elaborado pela BEM-TV, para um entendimento macro do setor na região. Posteriormente, buscaremos compreender as diferentes estruturas de realização de cada projeto. Como organizaram suas produções, desde o desenvolvimento do projeto e elaboração do roteiro, passando pelo gerenciamento do aporte, organização da equipe, gravações e finalização da obra, às trajetórias de difusão e os desdobramentos profissionais a partir da concretização deste projeto. Esta forma de averiguar a gerência e organização das empresas produtoras faz parte dos estudos de Barone (2005) que analisou a organização da cadeia produtiva do audiovisual (Produção/Distribuição/Exibição) espelhando os impactos de duas outras tríades: Instituição/Tecnologia/Mercado; Patrimônio/Formação Profissional/Direitos de Autor. Este trabalho também dará a oportunidade de retomar o conceito de Bom manejo audiovisual surgido durante os estudos desta pesquisadora, desenvolvidos na UFF (2007 a 2014). Bom manejo está na forma como os agentes econômicos convivem no ecossistema/espaço audiovisual, como se relacionam e os laços que estabelecem em busca de perenidade de ações e projetos. Justificamos a realização desse trabalho pela relevância que o cinema e audiovisual exerce no cotidiano fluminense e brasileiro. A história da cidade, está vitalmente entrelaçada a esta atividade cultural, tanto como hábito cidadão, quanto ao seu impacto econômico na região. A cidade abriga o 2º curso mais antigo de Cinema do país. Em 55 anos participou da formação de mais de 3 mil profissionais, entre artistas, diretores, técnicos e pesquisadores do cinema e audiovisual. Por esse motivo, a principal premissa dessa pesquisa está no entendimento de que o fortalecimento das instituições de ensino e a manutenção de políticas públicas culturais é essencial para o resgate, construção e estabelecimento de um ecossistema audiovisual salutar. |
|
Bibliografia | ANCINE . Agência Nacional do Cinema. OCA – Observatório Brasileiro do Cinema e do Audiovisual. Ancine. Acesso em: 25. mai.2022 |