ISBN: 978-65-86495-06-5
Título | Direção de Arte em narrativas audiovisuais não-hegemônicas |
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Autor | Dorotea Souza Bastos |
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Resumo Expandido | Os temas abordados neste texto estão situados nas relações entre arte, comunicação e tecnologias da imagem, mais especificamente no que tange à criação da imagem audiovisual, bem como suas hibridações com as diversas manifestações artísticas, a fim de compreender as transformações geradas pelas novas dramaturgias da imagem, nos processos de criação e fruição de mensagens neste contexto artístico-cultural. O ato representacional e autorreferencial das imagens é analisado como processo de significação no cinema, a partir da expansão lógica da dramaturgia que é tratada como geradora de relações que compõem a cena. Trata-se de um recorte que abarca a composição visual nas narrativas audiovisuais, abrangendo o papel da visualidade e os aspectos estéticos e técnicos na criação de imagens nos diversos produtos audiovisuais como filmes, vídeos, séries televisivas, entre outros, buscando uma aproximação do conceito de dramaturgia da imagem, com foco na criação imagética que ultrapassa o pré-estabelecido, geralmente visto e aceito como um padrão no audiovisual. Os estudos sobre imagem têm se intensificado com o desenvolvimento de novas tecnologias e novas formas de fazer audiovisual. Autores como Flusser e Aumont estão cada vez mais atuais em suas discussões sobre o uso e consumo das imagens e de como uma sociedade, cada vez mais guiada pelas imagens técnicas, se comporta diante do que vê. Modelos e padrões de imagem foram criados e faz-se necessário compreender esses modelos de representações visuais hegemônicos e identificar novas formas de criar e apresentar as imagens, a partir do que chamamos de "outras visualidades" ou visualidades periféricas. Com influência do teatro, mas com a presença do dispositivo tecnológico, no cinema, a narrativa é formada a partir das imagens em movimento que se configuram em unidades de composição dramatúrgica. Ou seja, em sentido amplo, a dramaturgia no cinema está relacionada à construção de uma ação e não apenas ao envolvimento com um evento central que gesta a organização das cenas. Nesta acepção, considera-se dramaturgia o vínculo entre a forma e conteúdo apresentados, ultrapassando o estudo do texto e englobando a realização cênica, o que inclui a montagem, escolha dos espaços cênicos e o trabalho com os elementos das visualidades da cena. A dramaturgia trata dos mecanismos necessários à narrativa audiovisual e, neste artigo, destaco a composição visual no cinema, a partir da Direção de Arte, abrangendo cenário, figurino, visagismo e efeitos especiais. Torna-se evidente a urgência de uma discussão e reflexão aprofundadas sobre estas novas visualidades, a fim de que possam ser fortalecidas e potencializadas. Estamos tratando de visualidade e visibilidade, a partir de obras que apresentam "novos" corpos: com deficiência, negros, gordos, LGBTQIA+, velhos; "novos" espaços: comunidades, cidades do interior, lugares afastados dos grandes e/ou conhecidos centros; "novas" relações: constituições familiares, empoderamento de minorias, personagens não dicotômicos; ou seja, "novas" narrativas, narrativas não-hegemônicas. |
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Bibliografia | AUMONT, Jacques. A imagem. São Paulo: Editora Papirus, 2012. |