ISBN: 978-65-86495-06-5
Título | Imagem de Emergência - 4 experiências audiovisuais |
|
Autor | Fernando Gerheim |
|
Resumo Expandido | A proposta desta comunicação é reunir e apresentar relações entre quatro trabalhos produzidos como artista-pesquisador no âmbito da universidade, Todos eles foram acompanhados por publicações de artigos em revistas acadêmicas. São trabalhos audiovisuais atravessados pelo cinema, pela videoarte e pelas mídias digitais: cinemaobjeto (2013), videoinstalação; 2086 (2014), vídeo de um canal cuja realização envolve procedimentos de videoarte e uma narrativa de saga futurista; ZAUMDATA, trabalho com mídias digitais que assume a forma de um totem, ou de performance, ou de video-objeto; e Jogos para Apps de Contato Remoto (2020-2022), poema-game numa plataforma de videoconferência e hotsite. Esses trabalhos, em seu conjunto, descrevem um percurso que vai (e volta) do cinema ao vídeo e à mídia gigital, formulando o conceito de imagem de emergência, que dialoga e se contrapõe ao de imagem imersiva. A formulação desse conceito é informada tanto pelas teorias da imagem e da montagem quanto pela filosofia de Walter Benjamin, abrange a filosofia da linguagem. A ideia de imagem de emergência propõe-se a passar do paradigma espacial que domina historicamente o pensamento da imagem para um paradigma temporal, como especula Benjamin em Doutrina das Semelhanças. Ao lado (e por dentro) dos aspectos imersivos espaciais, são considerados os aspectos emersivos temporais. De modo esquemático, poderíamos dizer que enquanto a primeira produz uma simualção da presença pela aparência e a anulação da distância, a segunda produz uma emergência da distância e de um espaço de imagem, pelo jogo. Uma caracterísitca presente nos três últimos trabalhos, é que eles foram experiências mais ou menos coletivas com alunxs de cursos de graduação ou pós-graduação, dentro de um grupo variável de semestre a semestre, que chamamos de Perímetro Móvel, suscitando articulações entre a relação prático-teórica e uma poiesis do pensamento. No caso específico da segunda dessas realizações, é possível traçar um paralelo entre 2086 e o que Dubois chama de “vídeo metacrítico” (2006, p. 110). O autor define o vídeo como um “estado da imagem”, uma maneira de pensá-la mais do que uma nova categoria da imagem. No vídeo, ima-gem e dispositivo são inseparáveis, e a imagem deve ser pensa-da “junto com o dispositivo, ou como dispositivo”. Ao conside-rar a própria captação e a transmissibilidade da imagem, que confunde o vídeo com uma simples mídia, como elementos componentes da linguagem, “2086” é uma meta-captação e uma meta-transmissão. Isso parece de acordo com a ideia de que o vídeo é “uma forma que pensa” toda e qualquer imagem (2006, p.116). No caso de 2086, pensa o vídeo, a imagem digital, o cinema e a própria linguagem. Em 2086, que foi concebido numa relação de mútua influêcnia com a reflexão teórica, a linguagem é menos uma forma de conhecimento do que de pensamento e ação sensível. Buscamos formular, dentro dessa relação prático-teórica, uma concepção estética de Imagem Emergência, em oposição à metáfora espacial de imersão, itilizada tanto pelas artes visuais quanto pela Realidade Virtual, em que domina a categoria do espaço. |
|
Bibliografia | BENJAMIN, Walter. Questões introdutórias de crítica do conhecimento. In Origem do Drama Barroco Alemão. São Paulo: Ed. brasiliense , 1984. |