ISBN: 978-65-86495-06-5
Título | O streaming e o cinema brasileiro: diálogos e imposições |
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Autor | Sheila Schvarzman |
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Resumo Expandido | O streaming, atividade que vem se desenvolvendo no Brasil desde a instalação da Netflix em 2011, e tendo passado, desde então por mudanças na forma de negócio, nos seus conteúdos, e por fim, participando diretamente da produção de séries e filmes nas centenas de países onde atuam, veiculam em suas plataformas, produtos audiovisuais de terceiros e contratam a realização de conteúdos nacionais. Operando com as produtoras brasileiros, as grandes plataformas como a Netflix, a Prime Vídeo, em seu modelo de negócio over the top, não se submetem às legislações nacionais – salvo algumas exceções - , e dessa forma detém os direitos patrimoniais e de autoria sobre essas produções que podem, eventualmente, ser exibidas em diversos países, da mesma forma que se furta a mostrar seus números, audiências, etc., em consonância com as desregulações neoliberais que pautam esse negócio. As obras que veiculam e sobretudo aquelas que produzem têm formatos, gêneros e desenvolvimento determinados previamente, que buscam dosar, entre outros, o que entendem por global com o que entendem por local, assim como sua visão estética e hibridações com outros meios. Essas determinações, ainda que busquem contemplar as características e especificidades de cada país, vem resultando, pelo que se tem observado, numa produção quase sempre homogênea seja em termos de temáticas, desenvolvimento narrativo e estético. E, num quadro como esse quem e como determinar o que é o nacional? Levando em conta que o diálogo/influência intercultural e suas mediações são constitutivas da produção dos saberes, da cultura, das artes e de sua midiatização, e que estes são pautados também pelo poder das hegemonias, o que redunda muitas vezes, na submissão à visões dominantes colonialistas e ou exotizantes - nada nos é estrangeiro, pois tudo o é (GOMES, 1974), faremos um levantamento de títulos produzidos por esses conglomerados, gêneros, características das obras realizadas sob essas determinações transnacionais e como impactam as produções audiovisuais brasileiras – recortando a categoria filmes - nas maiores plataformas transnacionais, a Netflix, Prime Vídeo e na plataforma nacional, Globoplay, assim como o seu empacotamento e apresentação ao público, ainda que nessas plataformas globais, muito raramente produções brasileiras sejam apresentadas pelos algoritmos que pautam a conformação e a ocupação dos conteúdos desses espaços no próprio país. De que maneira o formato transnacional das plataformas determina o tipo de produto oferecido ao público brasileiro, influenciando abordagens e gêneros antes quase desconhecidos? Como a realidade nacional impacta seus conteúdos ou não? Em que medida os conteúdos afirmam, contornam as tendências políticas, econômicas e sociais do período? O que ressaltam? Quais conteúdos disseminam prioritariamente? Que exigências de acabamento visual, estético introduzem e seus resultados na economia do audiovisual: seus custos, o emprego da mão de obra e seus resultados. Qual cultura audiovisual essas plataformas têm produzido? Qual cultura essas plataformas têm produzido? |
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Bibliografia | ANCINE (org.)(2023) - Panorama do Mercado de Vídeo por demanda no Brasil – 2022. Coordenação de gestão das informações regulatórias da Secretaria de Informações Regulatórias da Secretaria de Regulação – CGI/SRG, Brasília, 2023. |