ISBN: 978-65-86495-06-5
Título | Videoarte: obsolescência e remasterização |
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Autor | Mario Caillaux Oliveira |
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Resumo Expandido | Em 2023 comemoram-se os 50 anos da primeira videoarte realizada no Brasil, o trabalho M3x3 de Analívia Cordeiro. Desde então, a prática do vídeo como um meio de expressão artística se tornou bastante difundida em nosso país, ajudando a borrar cada vez mais as fronteiras entre o cinema experimental e as artes plásticas. Já em 1974, um ano após a criação desse trabalho pioneiro, o Brasil foi um dos principais participantes da mostra Video Art que aconteceu no Institute of Contemporary Art da Philadelphia nos Estados Unidos. Trabalhos de Anna Bella Geiger, Ivens Machado e Fernando Cocchiarale foram exibidos nesse grande panorama da produção mundial de videoarte que os curadores realizaram. Em 1977, o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC-USP), que era dirigido na época por Walter Zanini, adquire uma câmera de vídeo para estimular os artistas a realizarem obras com esse suporte. Dessa maneira, toda uma produção pioneira realizada por artistas radicados em São Paulo, como Regina Silveira, Carmela Gross, Gabriel Borba Filho entre outros, ganha corpo. Em sua grande maioria, esses filmes foram gravados com uma câmera de vídeo Portapak desenvolvida pela Sony. Sua exibição só era possível através de uma ligação direta entre a câmera e o aparelho de televisão. Entretanto, com o passar dos anos e o avanço da tecnologia, novos formatos foram sendo desenvolvidos e novos modos de exibição, como a projeção digital, foram sendo utilizados. Neste artigo iremos investigar de que maneira, passadas quase cinco décadas desde a criação dessas experiências pioneiras, a obsolescência da tecnologia é assimilada pelos artistas, curadores e instituições. Em uma primeira etapa analisaremos como que, em alguns casos, a falta de equipamentos originais impede a visualização destes obras, como no caso dos filmes de Fernando Cocchiarale, que participaram da mostra americana na Philadelphia. Em um segundo momento, problematizaremos como a remasterização dessas obras para outros suportes / tecnologias mais modernas e de acesso mais fácil, acabam modificando a própria maneira de visualização da obra. Filmes que originalmente eram transmitidos em pequenos monitores de tubo hoje em dia são mostrados em grandes projeções, ou acessíveis em celulares e tablets. Para isso, tomaremos como exemplo a mostra Vídeo_Mac que ocorreu em 2020 no site do museu paulista, com a curadoria de Roberto Moreira Cruz, e que recuperou e exibiu grande parte desses vídeos pioneiros produzidos no MAC-USP. |
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Bibliografia | AMARAL, Aracy; MOREIRA S. CRUZ, Roberto. ExpoProjeção 1973 – 2013. São Paulo: SESC Pinheiros, 2013. |