ISBN: 978-65-86495-06-5
Título | Jet Lag: Transnacionalidade no cinema experimental de Vivian Ostrovsky |
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Autor | Fernanda Pessoa de Barros |
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Resumo Expandido | A partir da análise comparativa entre três filmes dirigidos pela cineasta Vivian Ostrovsky nas décadas de 1980 e 1990, o trabalho apresentará a forma como conceitos como transnacionalidade, transitoriedade, fronteira borrada e geografia criativa aparecem ao longo de sua obra. Copacabana Beach (1982), U.S.S.A (1985) e Public Domain (1996) possui unidade temática e formal e mostra o atravessamento do estilo da cineasta ao longo dessas duas décadas, lidando com questões de deslocamento e da figura humana. Ao contrário de muitos cineastas que trabalham no campo do chamado cinema experimental, Vivian Ostrovsky não costuma realizar filmes abstratos ou sem a presença de pessoas, apesar de muitos de seus filmes não terem uma narrativa clássica clara. Nascida em Nova York, Estados Unidos, criada no Rio de Janeiro, Brasil, e filha de pais bielorrussos judeus, Ostrovsky passou seus anos universitários em Paris, França, onde se aproximou da prática cinematográfica. Antes de começar seu trabalho como cineasta, começou como curadora e distribuidora, no projeto “Cine-Femmes International”, em 1975, com Rosine Grange. As duas viajaram pela França de carro projetando filmes feitos por mulheres. A vida pessoal de Ostrovsky parece ter influência direta nesse conjunto de filmes. “Copacabana Beach”, por exemplo, é um filme inteiro localizado no Brasil e revela muito sobre sua relação e seu olhar para o país. A sinopse de “U.S.S.A” cita sua vida pessoal como influência para o conceito de “fronteiras borradas”. Deslocamento no espaço, equivalência entre lugares e o uso da “geografia criativa”, conforme teorizada por Lev Kuleshov nos anos 1920, são elementos comuns e interessantes nesse conjunto de filmes, nos quais a cineasta usa imagens de diversos países, sem identificação clara de onde cada plano foi filmado, criando jogos de correspondências e transições entre lugares. Interessa explorar como Ostrovsky realiza uma releitura do filme de “travelogue”, misturando-o com aspectos pessoais e experimentais. Nesses filmes, a figura da cineasta aparece também enquanto “flaneuse”, captando fragmentos da vida moderna e lugares pelo mundo. Os três filmes revelam aspectos da transitoriedade no trabalho de Ostrovsky e confirmam a frase em que a cineasta afirma: “ Casa é qualquer lugar onde me sinta em casa – e isso pode ser em um hotel ou em um avião ou a caminho de um destino desconhecido com uma câmera e um gravador na minha bolsa.” |
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Bibliografia | BASSAN, R. "Le Cinéma Nomade de Vivian Ostrovsky" Bref , n°56, Paris, pp 54-55, 2003 |