ISBN: 978-65-86495-09-6
Título | Nictheroy para além da cadeia produtiva |
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Autor | Hadija Chalupe da Silva |
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Resumo Expandido | A presente pesquisa pretende compreender quais foram os desdobramentos (profissionais e institucionais) que os editais de fomento ao audiovisual de Niterói (03/2018 e 08/2019), provocaram no mercado audiovisual fluminense nos últimos 6 anos. A 1ª chamada pública, objeto do primeiro estudo, foi lançada em abril de 2018, pela Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal das Culturas (SMC) e da Fundação de Arte de Niterói (FAN). Nesse momento havia um claro apoio do governo federal para a realização de ações regionais, pois além de recursos municipais a cidade contou com recursos federais através do PRODAV. No entanto, no ano seguinte, apesar da gestão da Secretaria das Culturas conseguir manter o compromisso de continuidade das ações lançando o 2º edital (08/2019), vemos que esse esforço perde sua capilaridade com a gestão federal. Ainda sim, na contramão do que estava acontecendo no país, o município tenta prosseguir com uma chamada que incorporasse diferentes eixos, tipos de obras e agentes (pessoas físicas e jurídicas) do campo audiovisual. Há uma pequena redução (12 categorias para nove) mas ainda notamos o posicionamento de entender o audiovisual de maneira expandida. Isso significa que o investimento ao setor não se limitou ações de fomento a produção. Esse fato fica evidente na manutenção das categorias vinculadas a difusão audiovisual (mostras/festivais e cineclubes) e outra vinculada a produção de conhecimento (pesquisa sobre o setor). Essas ações geram várias frentes de estudo, entretanto, neste momento, nosso desejo é dar continuidade a pesquisa iniciada ano passado que pretendemos realizar uma análise quantitativa e qualitativa a partir das dos projetos contempladas pelo presente edital, na Categoria FOMENTO A PRODUÇÃO DE CURTA-METRAGEM. Isso porque a partir dela conseguiremos fazer uma ponte com a formação e também com a difusão. Partiremos da pesquisa MAPA DO AUDIOVISUAL DE NITERÓI elaborado pela BEM-TV, para um entendimento macro do setor na região. Posteriormente, buscaremos compreender as diferentes estruturas de realização de cada projeto. Como organizaram suas produções, desde o desenvolvimento do projeto e elaboração do roteiro, passando pelo gerenciamento do aporte, organização da equipe, gravações e finalização da obra, às trajetórias de difusão e os desdobramentos profissionais a partir da concretização deste projeto. Esta forma de averiguar a gerência e organização das empresas produtoras faz parte dos estudos de Barone (2005) que analisou a organização da cadeia produtiva do audiovisual espelhando os impactos de duas outras tríades: Instituição/Tecnologia/Mercado; Patrimônio/Formação Profissional/Direitos de Autor. Este trabalho também dará a oportunidade de retomar o conceito de Bom manejo audiovisual surgido durante os estudos desta pesquisadora, desenvolvidos na UFF (2007 a 2014). Bom manejo está na forma como os agentes econômicos convivem no ecossistema/espaço audiovisual, como se relacionam e os laços que estabelecem em busca de perenidade de ações e projetos. Justificamos a realização desse trabalho pela relevância que o cinema e audiovisual exerce no cotidiano fluminense e brasileiro. A história da cidade, está vitalmente entrelaçada a esta atividade cultural, tanto como hábito cidadão, quanto ao seu impacto econômico na região. A cidade abriga o 2º curso mais antigo de Cinema do país. Em 56 anos participou da formação de mais de 3 mil profissionais, entre artistas, diretores, técnicos e pesquisadores do cinema e audiovisual. Por esse motivo, a principal premissa dessa pesquisa está no entendimento de que o fortalecimento das instituições de ensino e a manutenção de políticas públicas culturais é essencial para o resgate, construção e estabelecimento de um ecossistema audiovisual salutar. |
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Bibliografia | ANCINE . Agência Nacional do Cinema. OCA – Observatório Brasileiro do Cinema e do Audiovisual. Ancine. Acesso em: 25. mai.2022 |