ISBN: 978-65-86495-09-6
Título | Sustentabilidade da indústria audiovisual na Espanha |
|
Autor | João Carlos Massarolo |
|
Resumo Expandido | A indústria audiovisual da Espanha costuma apresentar a sustentabilidade como uma questão socioambiental e as políticas ambientais sustentáveis são promovidas por meio de cartilhas, manuais, calculadoras da pegada de carbono, guias de boas práticas e análises de filmes e séries com abordagem ambiental. No campo do audiovisual, são adotadas medidas como, por exemplo, substituir o roteiro no papel pelo digital, a reutilização dos cenários e o reuso da água, entre outros. No entanto, seria necessário verificar o impacto causado na estrutura administrativa das empresas produtoras. O Instituto Catalão de Empreendimentos Culturais desenvolveu o Plano C*: Clima, Cultura, Mudança, Cidadania, propõe três eixos estratégicos estruturados em torno de 16 indicadores e 37 ações previstas. Outro exemplo de iniciativa parte do Instituto de Cultura de Barcelona (ICUB), através do Barcelona Film Commission (BFC), está o Guia de Boas Práticas na Produção Audiovisual. A Madrid Film Office oferece uma série de incentivos às produções verdes, alinhadas aos ODS: 17 metas de sustentabilidade social e ambiental formuladas pela ONU para serem alcançadas até 2030. A Catalunya Film Commission e a Barcelona Film Commission propõem uma calculadora para a medição da pegada de carbono. Na Espanha há o programa europeu Green Screen Interreg (2020), financiado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, promoveu relações institucionais para desenvolver a Calculadora Ambiental Europeia- Eureca, envolvendo “três parceiros (Promálaga, Slovak Film Commission e Flanders Audiovisual Fund) com o objetivo de alcançar uma ferramenta de medição internacional e padronizada que possa ser aplicada a todas as produções audiovisuais” (ROGERMONZÓ, 2022, p.6). No entanto, para Marta L. Mármol e Manel J. Morales (2022, p. 85), as políticas de sustentabilidade audiovisual da Catalunya não podem se restringir ao Guia de Produção Verde e, para isso, as “medidas sustentáveis precisam ser aplicadas desde o início, e isso inclui os processos criativos, de storytelling e narrativos. Em segundo lugar, a ausência da figura do ecoconsultor/ecoassistente/ecosupervisor.” Para os autores, a figura do ecoconsultor “está bem estabelecida em produções específicas, principalmente nos Estados Unidos, mas ainda não se consolidou como a de diretor, diretor de arte, roteirista etc. políticas de sustentabilidade e práticas do Green Shooting.” (Ibi., p. 87) É preciso também considerar que os recursos das tecnologias sustentáveis, em especial, da inteligência artificial, conectam a produção ao ambiente da pós-produção, criando processos horizontalizados de criação. Neste caso, não se trata mais tão somente de evitar o roteiro no papel, mas de integrar a sua feitura aos recursos tecnológicos sustentáveis, permitindo a utilização dos recursos de produção virtual na criação de cenas e sequencias de filmes e séries. Evidentemente que, os recursos tecnológicos empregados numa produção audiovisual exigem uma enorme quantidade de dados para serem processados, mas é preciso considerar que a indústria audiovisual tem recursos que lhe permitem investir em fontes de energias renováveis nas práticas de Green filming. Alem disso, as universidades brasileiras podem promover parcerias, convênios e intercâmbios para desenvolver tecnologias renováveis que contemplem a produção audiovisual sustentável, através de investimentos em pesquisa que promovam o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis para atender às necessidades do setor audiovisual. Nesse sentido, a presente pesquisa busca analisar as estratégias de filmagem verde na Espanha com o objetivo de compreender que práticas tem potencial de aplicação no contexto de produção audiovisual brasileiro. |
|
Bibliografia | BLAS BLAS J. Sellos y códigos de buenas prácticas sostenibles en la industria audiovisual. Um acercamiento al estado de la cuestión. Revista Internacional de Humanidades – HUMAN. Review. 2022, pp. 2 – 11. Disponível em: https://journals. eagora.org/verHUMAN /article/view/4134. Acesso em: 16 mar. 2023. |