ISBN: 978-65-86495-09-6
Título | Esto sí es América: decolonialidade em videoclipes |
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Autor | Eduarda Andréa Barbosa Campos |
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Resumo Expandido | Esta apresentação tenciona introduzir a pesquisa, desenvolvida no âmbito do mestrado acadêmico do PPGCine, acerca da presença da Perspectiva Decolonial nas produções audiovisuais que ostentam o formato de videoclipes musicais, veiculando obras de artistas que se reconhecem como latino-americanos. Entendendo que os videoclipes musicais têm pronunciada importância no âmbito da indústria fonográfica e que, por serem hodiernamente disseminados através da internet, também apresentam grande potencial de alcance, a investigação acerca dessas peças contribui para imprimir perenidade à sua presença nos estudos acadêmicos na área do audiovisual. A perspectiva decolonial se depara com um campo deveras profícuo quando o interesse dos artistas supracitados e, por óbvio, das empresas do mercado fonográfico, se volta à explicitação de ideias antagônicas ao apagamento cultural empreendido desde as incursões europeias em território conhecido, atualmente, como latino-americano por meio dos vídeos produzidos com o objetivo de popularizar as músicas que resultam do trabalho dos dois atores acima mencionados. Tem-se que os videoclipes que guardam relação com o viés estético em comento são dotados de relevante potência enquanto expressão artística descolonizadora. Nessa toada, cogita-se de que o videoclipe musical possa ser estruturado de maneira a atender os requisitos para ser considerado como uma peça imbuída da perspectiva decolonial, tanto no que diz respeito à narrativa nele contida quanto no que tange à mise-en-scène da peça audiovisual, levando em consideração o que Christian León e Joaquín Barriendos elencam como esforços para a descolonização do olhar. Assim, três videoclipes estão sendo escrutinados, quais sejam, o da música “This is not America”, interpretada e composta por Residente, rapper porto-riquenho, o videoclipe de “Rito de Passá”, da artista MC Thá, brasileira nascida no Estado de São Paulo e o videoclipe de “No meio do Pitiú”, canção de Dona Onete, natural do Estado do Pará. Três também são os motes intrinsecamente conectados à produção teórica decolonial que se apresentaram a partir do visionamento das obras acima referidas: o diagnóstico do processo violento de colonização; o resgate de práticas culturais de maneira a desafiar o epistemicídio, a instituição forçada do monoteísmo cristão e o apagamento cultural de modo geral; e a afirmação do colonizado enquanto sujeito a partir da ostentação de sua identidade cultural. Defendo que a experiência estética promovida por esses videoclipes musicais é suficiente para provocar o fazer decolonial em todas as suas acepções, construindo conhecimento face ao epistemicídio, inserindo valores culturais que foram desgastados pela violência colonial no cotidiano da sociedade e se colocando como contraponto à caracterização do colonizado através da ótica do colonizador. |
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Bibliografia | BARRIENDOS, Joaquín. A colonialidade do ver: rumo a um novo diálogo visual interepistêmico, Revista Epistemologias do Sul, Foz do Iguaçu, UNILA, v. 3 n. 1 (2019): Giro decolonial I: Artes visuais, arquiteturas e visualidades. |